novembro 22, 2004

OS PENSAMENTOS

Os pensamentos, essas coisas abstratas que ocorrem a todos os momentos. Não respiramos direito tem ter deles a nos perturbar a consciência. São eles mesmo simples ligações sinápticas entres diversos neurônios? Não serão eles algo mais inexplicável?
Meus pensamentos não provam que existo e muito menos que sou um animal pertencente à espécie Homo sapiens sapiens, ao meu ver esta espécie deveria ser renomeada, talvez Homo stupilus sapiens para melhor definir a todos os pertencentes a ela.
Vejo catástrofes em minha mente, ela leva-me até as últimas visões perturbadoras que alguém poderia imaginar. Não vejo o fim dos tempos, não vejo meu fim, mas vejo as conseqüências de anos de tentativas inválidas em se respeitar a Lei natural das cosias. Atualmente o Homem preocupa-se muito em conservar, em tentar manter o que ainda existe, mas tudo já foi perdido. Essa nossa guerra é inútil, pois a água está contaminada, o ar está poluído e a atmosfera superior corroída. Nossos solos possuem venenos em suas partículas, estes são absorvidos por microorganismos e plantas, matando-os ou àqueles que se alimentam destes. Nós colhemos hoje o que nossos antepassados plantaram há muitos anos atrás.
Sou pessimista quanto à nossa situação. Do que adianta querer viver além dos 100 anos se não teremos muito mais o que ver daqui a algumas poucas décadas? Não desejo ser imortal, eu amo a minha mortalidade, amo saber que um dia deixarei este lugar e irei ao meu destino final, seja ele qual for. Não vejo o final dos tempos como no filme The Day After Tomorrow, apesar de achar essa visão um tanto muito interessante. Nem vejo como o apocalipse previsto na bíblia ou demais livros religiosos. Acho que cada um de nós terá um final conforme nossas crenças permitem.
Esses pensamentos perturbam-me acentuadamente, vejo que a negatividade toma parte de meu ser mais tempo do que eu gostaria que fosse verdade. Aceito essa minha condição, vejo o lado escuro de mim mesmo, ele sorri para mim, e eu acendo uma pequena luz, uma chama de vela que existe dentro de mim, Esperança.
Sou um altar vivo e ambulante, não cultuo deus algum, mas creio na existência de algum ser de maior poder e que possa ter dado origem à nossa existência. Não como um passe de mágica, mas algo lento e demorado, cuidadosamente arquitetado. Somos livres sim, não há destino algum, exceto o de que iremos morrer um dia. Não está escrito nossa trajetória em tinta inapagável, mas em finos e leves traços de grafite. Temos a liberdade de mudar nosso caminho, prolongando-o ou encurtando-o. Novamente repito, sou um altar vivo e ambulante, meu suporte são minhas amizades, novas e antigas, são estas também meu ponto fraco, onde torno-me muito vulnerável.
Tentei ajudar uma alma estes tempos atrás, mas vejo agora claramente que também fui ajudado por ele. Vejo que sou cego para muitas coisas, mas não ligo da cegueira, sou o pior tipo de cego que existe, aquele que não quer ver. Mas não se preocupem meus amigos, não é com vocês que preferi ficar cego, pelo contrário, percebi que eu mesmo não vejo o que sou e não sei quem sou também. Estou trabalhando nisso agora, vou me achar, irei me encontrar de uma forma ou de outra.