março 05, 2005

UM CASULO

"Viver e não ter a vergonha de ser feliz!Cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!Meu Deus! A vida podia ser bem melhor e será,Mas isso não impede que eu repitaÉ bonita, é bonita e é bonita!!!"
Com este trecho de uma música antiga, (ao menos para mim) que me remete a uma antiga cidade Campo Grande – MS... onde tive bons momentos em minha vida, bons amigos e bons colegas... Saudades mil daquela cidade e das pessoas que nela habitavam.Mas o post não é sobre isso hoje.. é algo mais sinistro e luminescente!
Hoje vivo, ontem não vivi. Foram aproximadamente 20 anos de morte vivida, ou vida morrida, melhor, desperdiçada... Só agora aprendi o que é viver, agora que a vida me cobra ainda mais, as situações ainda aparecem com urgência e tenho de enfrentá-las de frente, sem temer e sem poder fugir.A vida é maravilhosa. É bela e atraente, mas não a via dessa forma... ela era cinza, quase negra. Mesmo eu tendo casa, comida e algumas poucas comodidades... perto de outros várias, de outros ainda, inúmeras... Entretanto, faltava algo, sempre faltava algo... hoje eu sei o que faltava, e que agora ainda falta um pouco... vontade, vontade de viver, abrir o leque de horizontes a serem desvendados, ter coragem de sair e ir conhecer pessoas, de dar a cara a tapas por várias coisas. Não ter medo de dizer ou de fazer o que vem à mente. Enfim ser um ADOLESCENTE e não um jovem metido a sabichão que via mais coisas em livros, filmes e documentários do que na vida real. Que estudava mais do que gostaria e cuja diversão era um video-game. Enfim, praticamente um nerd!Mas o nerd criou asas e viu que o mundo é diferente do que a teoria escrita pregava... viu que nem tudo o que estava escrito era verdadeiro e muito do que ele pensava estava completamente errado. Pensou em fechar novamente os olhos, de esquecer o que vira, mas como no Matrix, não há volta.Hoje sou ainda muito do que fui, pois é difícil esquecer anos de adestramento, de alienação, de mutilação psicológica. Entretanto, já vejo a luz, as cores, os movimentos e participo um pouco disso, e não somente observo através da janela, com seus vidros empoeirados. Serei agora um ADOLESCENTE que nunca fui, não no "tempo" que deveria ter sido. Hoje eu quero viver, viajar, fazer amigos, curtir aquilo que me foi negado, aquilo pelo qual eu lutara sem ao menos saber que lutava. As correntes ainda estão em meus pulsos, mas seus aros estão cada dia mais frouxos, eu irei me libertar, correr e viver. Aguardem-me caros amigos, um dia eu hei de mudar, um dia eu hei de ser quem eu já deveria ser, e não ser o que sou...